sábado, 1 de setembro de 2012

A Lágrima


Forma-se bem no canto das janelas da alma. É tímida inicialmente. Tímida sem exageros, pois o peso que lhes foi designado é bem maior que o tamanho físico. Singela, escorre numa corrida angustiante para chegar ao fim, fugindo de quem a criou.

Ávida, molha tudo o que vê pela frente, limpando a alma e renovando o sentido pelo qual foi feita. Quando chega ao desfecho da sua jornada, leva consigo as dores e as aflições do espírito. Alivia, relaxa, renova. 

Logo que escapa, libera tantas outras expressões de forma única e inexplicável; sejam elas de alegria ou de tristeza. É o gatilho do sentimento em sua forma mais extrema. É a liberdade da emoção.

Dá-nos certezas, lições e aprendizagens que jamais teremos novamente. Sente-se o abatimento saindo corpo. Dá-nos a certeza de que ainda somos humanos.

Uma simples gota de água com um pouco de sal é mais pesada que o próprio criador.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

O Ego

Quão grande somos?
Cada átomo de nossas moléculas, cada elétrons dos nossos átomos, cada quark dos nossos elétrons não representam nem uma fração do complexo chamado “humano”. Não obstante seu tamanho ínfimo, são tão vitais quanto o ar que respiramos. O ar é feito deles; nós somos feitos deles. Bilhares de mols de átomos arranjados de forma específica formaram o universo. Com um pouco de evolução e sorte nós surgimos. Cheios de medo e ódio. Cheios de confiança e carinho. Cheios de sentimentos e instintos. Cheios de vida.

Quão pequeno somos?
Ao ter certeza da nossa grandiosidade, descobrimos que somos a minoria; a exceção. Continuamos descobrindo o mundo minúsculo que nos cerca, ao passo que desvendamos os mistérios do mundo, ou melhor, dos mundos que existem lá fora. O universo parece ser ilimitado, e nos permitimos limitar a nossa própria existência. Perdemos vidas nas guerras, e acabamos com a única e fantástica exceção de que se tem certeza. 


Somos um aglomerado de nadas.



Informativo: Mais um reflexivo e derivante!


Olá caros leitores do Reflexões e Derivas!

Venho comunicá-los através deste post que o blog tem agora mais um membro!
Os que já acompanhavam o blog sabem bem que este é meu espaço pessoal, introspectivo e os que estavam familiarizados com meus posts agora poderão conferir os de meu querido amigo Lucas Barreto!

A proposta do blog continua a mesma, que é a de trazer uma guinada de pensamento no seu dia a dia e fazê-los pensar um pouco sobre sua caminhada terrena!


Desde já, seja bem vindo meu grande amigo! :D


Do jeito palhaço de sempre, apresento a você o Reflexões e Derivas!

~Arrivederci!

domingo, 12 de agosto de 2012

Quão pequenos?


Primeiramente, gostaria de me desculpar pela minha ausência do blog, pois minha vida acadêmica não me permite postar semanalmente, como eu adorava fazer durante as férias! Um pouco se deve também à minha inspiração, pois é sabido que todo artista, quer seja ele grande ou pequeno, lírico ou teatral, músico ou pintor, demanda certos tempo e esforço para a criação de uma obra que lhe agrade. Escrevo meus textos por paixão, não por vão sentimento ou pra ganhar minha vida com isso, mas pela liberdade do pensamento, pela simples e pura expressão de meu ser.

Já havia afirmado Manuel Bandeira:

"Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.


Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.


E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.


- Eu faço versos como quem morre."


Desta vez, a inspiração me ocorreu assim que assisti a um vídeo. Não sei se a harmonia dos versos com a música me tocou ou se uma epifania me ocorreu, porém sinto como se não há muito tempo não tivesse sido abalado desta maneira por algo.

Gosto muito da noite, acredito que o tapete de estrelas que chamamos de céu esconde muito mais do que aparenta e que aqueles pontos brilhantes que cintilam envoltos por um manto negro-aveludado podem nos falar muito mais sobre quem somos, por que estamos aqui e para onde iremos.

A astronomia não é uma ciência, é um fenômeno. O estudo dos astros celestes nada mais é do que a observação da existência, de forma plena, e a melhor constatação acerca de todas as perguntas que a humanidade tem realizado.

Apesar de muitos afirmarem que a ciência não abre espaço para a liberdade do pensamento, pois ela deve ser exata, demonstrando a “verdade” absoluta de todas as coisas, penso que a ciência nada mais é do que a tentativa da humanidade em ser pé-no-chão e de tentar esquecer quão pequena esta é se comparada com tudo que a cerca. A morte é uma das provas de que somos tão pequenos a ponto de não poder escapar desta e por isso a medicina vem se desenvolvendo, para que possamos, cada vez mais, nos dedicarmos ao nosso materialismo. Não criticando a profissão de médico, uma profissão nobríssima, já que esta é responsável pela manutenção de nossa vida e laços que realizamos durante nossa passagem terrena, porém a negação de nossa pífia existência, de quão pequenos realmente somos, cria o que é, talvez, o maior inimigo de nossa mente, o Ego. Este mesmo ego que nos faz sobrepujar pessoas, desmerecer vidas, subestimar decisões e impede que nos lancemos no futuro de braços abertos, aceitando quem realmente somos.

Agora devem estar se perguntando: “Quem nós realmente somos?” e eu lhes respondo com um tímido sorriso em meu rosto: “Eu não sei.” Minha existência não é grande, nem tão suficientemente sábia pra responder esta questão, porém lhes digo que, se vocês se dedicarem a observar o céu, nem que seja por alguns instantes e pensar nesta pergunta, creio que milhões, talvez bilhões de imagens apareçam em suas cabeças, sentimentos aflorem em seus peitos e suas mentes irão se abrilhantar, cada vez mais, com as consequências de seus atos e assim, meus caros amigos, que vocês tirarão lições pra suas vidas.

Olhe pro céu à noite, faça um pedido, tome uma atitude e quem sabe, em um futuro próximo vocês poderão olhar pro passado e sorrir diante de um céu salpicado de pequenos grãos de poeira.



~Este foi o vídeo que me inspirou, espero que também emocione a todos, au revoir!

sábado, 31 de dezembro de 2011

Realização


Faz um tempinho que não posto aqui no blog e este post não é como os anteriores.

Esse post é um agradecimento aos leitores que me acompanham e a Deus, por ter me feito experimentar de um ano que vou levar pro resto de minha vida.

No começo deste ano estudei, estudei e estudei. Parecia que este ano iria passar despercebido assim como os outros, mas houveram pessoas que fizeram meu ano brilhar e meu sonho se tornar realidade. Um agradecimento aos meus professores do Dynamis: Thiago, Saulo, Éder, Edinei, Lauriê, Dani, Audrew, Marga, Jovana, Dervânia, Sher, Altair, aos professores do Sapiens: Gaiolla, Alisson, Flávio, Anna, Dênis, Chico, Rick, Marcão, Toid, Vini, Oli. Além disso também agradeço a muitas outras pessoas que me impulsionaram, seja na minha vida amorosa, seja colegas de estudo, sejam meus parceiros que vou levar pra vida toda, esse post é pra vocês.
Aprendi nessa vida que nós aprendemos, com cada pessoa que passa nas nossas vidas. Todos nós passamos por experiências ruins, mas mesmo essas experiências servem para crescermos como pessoas de bem, para aprendermos lições e amadurecermos com cada tombo. E são nesses tombos que descobrimos quem são verdadeiros amigos, irmãos, e quem de verdade quer nosso bem. Aos meus amigos, colegas, minha família, e meu amor ♥

Obrigado a todos, e como o início desse blog há 3 anos, desejo que 2012 seja um ótimo ano para todos, que muitas realizações venham para a vida de todos, assim como o ano de 2011 foi para mim. O ano da Ordem, o ano de felicidades e o ano da minha profissão!

Paulo G. Castelani, Acadêmico da UEM de Eng. Química


Um Feliz 2012 e muita paz!


quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Childhood

Relembrando e assomprando fotos velhas de um álbum há tempos trancado tenho a nítida sensação nostálgica que um senhor de 70 anos deve sentir em seu peito ao olhar seus netos correrem pela sala. Recentemente uma campanha do facebook reativou essa parte de meu córtex cerebral. Foi tão nostálgico conversar com Scooby-Doo, com Dragon Ball, Flintstones, Cavaleiros do Zodíaco, dentre tantos outros desenhos que marcaram minha infância. Ao lembrar dos velhos cartuchos assopráveis, dos tazos holográficos que vinham nos 'chips' de sabores que fediam tanto que botar um aberto no fundo da sala de aula na 'hora do recreio' era a melhor pegadinha existente!

Mas o mais incrível e que me dá mais orgulho de tudo isso, foi uma Campanha de nossa Ordem nas Escolas Municipais da cidade. Compramos bolo, refrigerante, sorvete, fizemos algodão-doce e alugamos algumas camas-elásticas para passar periodos com crianças nas escolas. DeMolays unidos, de 13 até 20 anos trabalhando em prol da conservação da educação, do riso, da felicidade mas acima de tudo, da caridade. Cada gargalhada, sorriso tímido, de canto, valeu o cansaço de exaustivos dois dias de trabalho.

Todo jovem em algum ponto de sua vida tende a se deparar com essa época de sua vida e encará-la, e todo jovem deveria levá-la como uma preciosa jóia guardada a sete chaves em seu peito de mármore, como um tesouro a ser guardado pra sempre em sua recôngita memória. Para que, quando cheguemos ao meio dia de nossas vidas, contemplemos um trabalho bem feito.

Infância

Almanaques, Bicicletas, Chambinhos,
ABC, uma vida a nascer.
Desenhos, Esconde-esconde, Figurinhas,
DEF, uma pessoa a viver.
Gibis, Heróis, Iogurtes,
GHI, um bebê a engatinhar.
Jabuticabas, Karaokês, Letronix,
JKL, uma pessoa a caminhar.
Machucados, Nintendos, Orelhão,
MNO, uma criança a colorir.
Pirocópteros, Quindins, Rolimã,
PQR, uma pessoa a sorrir.
Salgadinhos, Toddynhos, Uniformes,
STU, um adolescente a se opor.
Viagens, Windows, Xampu,
VWX, uma pessoa a compor.
Yakult e Zodíaco.

Ao me deparar com o Y e o Z
de início quase morro de desgosto,
mas quando percebo o abecedário da vida,
um largo sorriso se abre em meu rosto!

:)

(CASTELANI, Paulo G., 12 de outubro de 2011)

E para não perder o costume, uma pequena amostra de minha infância:




~Dedicado ao tempo, o derradeiro destino de tudo que respira ou existe.

domingo, 11 de setembro de 2011

Sonho



Espelhos da alma, refletem a felicidade que se encontra em sua mente. Quando se está em paz, tendo sonhos tranquilos, eles servem como uma distração, um televisor de objetivos. Os sonhos também podem ser flashes do nosso passado, de momentos bons passados em lugares, com objetos, com pessoas, ou demonstrando sensações.

Acredito que sonhamos porque nossa alma precisa de uma folga do dia-a-dia, porque ela necessita de uma 'folga' do stress do cotidiano e nós simplesmente caímos no mundo dos sonhos para escapar da realidade vil e cruel de nossos tempos.

Mas às vezes, o sonho nos escapa e nossa mente nos prega peças, atormentando nossos pensamentos com pesadelos. Estes, por sua vez, são reflexos de nossos medos, nossas fobias, ansiedades, remorsos e angústias da vida, escondidas no mais recôndito espaço de nossa vasta rede mental.

É fato que o ser humano utiliza apenas 10% de sua capacidade mental. Os outros noventa estão apenas ativos ao sonhar e só podem ser utilizados com a ajuda de psicólogos e psiquiatras. Assim, de uma forma um tanto quanto reversa ao Ludismo, eu diria, a máquina se rebela contra seu dono, a tal "Revolução das Máquinas" temida nas várias etapas das Revoluções Industriais, onde a criatura se rebela ao criador.

Eu venho tentando entender em minha mente, o objetivo de meus sonhos, sonhos com lugares que passei, sonhos com momentos que tive, sonhos com objetivos que alcancei, sonhos com pessoas das quais tive muitas alegrias e felicidades ao lado. E o mais estranho de tudo isso é que, no sonho, nossas emoções estão em um caldeirão, misturadas, indistintas, e quando abrimos a tampa do mesmo ao abrir nossos olhos terrenos, nós as temos, lado a lado, como um aperto em nosso coração.

Sonhos, são flashes de nossa mente que servem para nos impulsionar e nos atormentar, espelhos de nosso passado e presente que nos dão, cada vez mais, a incerteza do futuro.

Saudações a Dalí!
Paulo G. Castelani 


Acordei com essa música na cabeça:


Bom domingo!