quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Agonia


Amar é assim, se entregar. Mesmo quando a gente se sente triste simplesmente amar dá um jeito. A gente se encontra no outro, se preocupa, às vezes até demais, a gente confia, acredita, faz promessas, vive para o outro. E, analogando com uma simples rosa, há uma parte maravilhosa no relacionamento, florescida, fértil, cheirosa, que equivaleria às pétalas e uma parte desafiadora, complicada, na qual creio que é onde se definem os relacionamentos, os espinhos. Se não fossem os espinhos da vida, muitos poetas aposentariam seu chapéu e suas penas e virariam andarilhos. Todo relacionamento passa por isso, uma prova de amor em parte da vida na qual, a meu ver, destrói ou fortalece laços, só depende dos envolvidos. Se o amor é suficiente, ele ultrapassa essas barreiras, aprende com os erros, progride infinitamente num ciclo de barreiras (acho que é por isso que existem as bodas, que se estabelecem cada vez mais fortes, duras) e quando não, ele murcha, se apaga e perece sob o manto de fumaça em que foi aceso. A alma de poeta que vive em meu peito é sofrida, com muitos tropeços, arranhões. Assim, eu escrevo sobre isso, sobre a vida de um coração cortado em pedaços tentando palpitar em um peito apunhalado. Apesar de tudo, o mundo dá voltas, a felicidade se encontra e tenho certeza, que esses dois últimos meses tenho amado cada instante, cada momento, porém como já dizia a lei da quântica: o tempo é relativo. Tudo que é bom passa rápido e assim, foi outubro e novembro, uma flecha! Sentimos o tempo passando, e quando a gente ama realmente, quer que os segundos passem devagar e que um sorriso dure a eternidade. O tempo é patrono das ações e como os segundos não param na prática como num teórico cronômetro divino ele traz dúvidas, incertezas e insegurança, mas ironicamente, tudo causado por este intenso amor. Assim, repito, quero viver o momento, o presente, o agora! Mas por ser humano, um pobre ser fadado a decair no poço de seus pensamentos, eu erro, eu temo. Esse temor me corrói dia após dia. Pois não sei o que será de mim, de minha mãe, de minha avó, de meus amigos, mas principalmente, de nós . Mesmo assim, eu continuo crendo que dias melhores virão e que cada minuto eu quero viver, junto de quem amo.

~2 meses juntos e obrigado por cada sorriso e cada lágrima em meu rosto. (Mariana P. Costa)