domingo, 12 de agosto de 2012

Quão pequenos?


Primeiramente, gostaria de me desculpar pela minha ausência do blog, pois minha vida acadêmica não me permite postar semanalmente, como eu adorava fazer durante as férias! Um pouco se deve também à minha inspiração, pois é sabido que todo artista, quer seja ele grande ou pequeno, lírico ou teatral, músico ou pintor, demanda certos tempo e esforço para a criação de uma obra que lhe agrade. Escrevo meus textos por paixão, não por vão sentimento ou pra ganhar minha vida com isso, mas pela liberdade do pensamento, pela simples e pura expressão de meu ser.

Já havia afirmado Manuel Bandeira:

"Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.


Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.


E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.


- Eu faço versos como quem morre."


Desta vez, a inspiração me ocorreu assim que assisti a um vídeo. Não sei se a harmonia dos versos com a música me tocou ou se uma epifania me ocorreu, porém sinto como se não há muito tempo não tivesse sido abalado desta maneira por algo.

Gosto muito da noite, acredito que o tapete de estrelas que chamamos de céu esconde muito mais do que aparenta e que aqueles pontos brilhantes que cintilam envoltos por um manto negro-aveludado podem nos falar muito mais sobre quem somos, por que estamos aqui e para onde iremos.

A astronomia não é uma ciência, é um fenômeno. O estudo dos astros celestes nada mais é do que a observação da existência, de forma plena, e a melhor constatação acerca de todas as perguntas que a humanidade tem realizado.

Apesar de muitos afirmarem que a ciência não abre espaço para a liberdade do pensamento, pois ela deve ser exata, demonstrando a “verdade” absoluta de todas as coisas, penso que a ciência nada mais é do que a tentativa da humanidade em ser pé-no-chão e de tentar esquecer quão pequena esta é se comparada com tudo que a cerca. A morte é uma das provas de que somos tão pequenos a ponto de não poder escapar desta e por isso a medicina vem se desenvolvendo, para que possamos, cada vez mais, nos dedicarmos ao nosso materialismo. Não criticando a profissão de médico, uma profissão nobríssima, já que esta é responsável pela manutenção de nossa vida e laços que realizamos durante nossa passagem terrena, porém a negação de nossa pífia existência, de quão pequenos realmente somos, cria o que é, talvez, o maior inimigo de nossa mente, o Ego. Este mesmo ego que nos faz sobrepujar pessoas, desmerecer vidas, subestimar decisões e impede que nos lancemos no futuro de braços abertos, aceitando quem realmente somos.

Agora devem estar se perguntando: “Quem nós realmente somos?” e eu lhes respondo com um tímido sorriso em meu rosto: “Eu não sei.” Minha existência não é grande, nem tão suficientemente sábia pra responder esta questão, porém lhes digo que, se vocês se dedicarem a observar o céu, nem que seja por alguns instantes e pensar nesta pergunta, creio que milhões, talvez bilhões de imagens apareçam em suas cabeças, sentimentos aflorem em seus peitos e suas mentes irão se abrilhantar, cada vez mais, com as consequências de seus atos e assim, meus caros amigos, que vocês tirarão lições pra suas vidas.

Olhe pro céu à noite, faça um pedido, tome uma atitude e quem sabe, em um futuro próximo vocês poderão olhar pro passado e sorrir diante de um céu salpicado de pequenos grãos de poeira.



~Este foi o vídeo que me inspirou, espero que também emocione a todos, au revoir!

sábado, 31 de dezembro de 2011

Realização


Faz um tempinho que não posto aqui no blog e este post não é como os anteriores.

Esse post é um agradecimento aos leitores que me acompanham e a Deus, por ter me feito experimentar de um ano que vou levar pro resto de minha vida.

No começo deste ano estudei, estudei e estudei. Parecia que este ano iria passar despercebido assim como os outros, mas houveram pessoas que fizeram meu ano brilhar e meu sonho se tornar realidade. Um agradecimento aos meus professores do Dynamis: Thiago, Saulo, Éder, Edinei, Lauriê, Dani, Audrew, Marga, Jovana, Dervânia, Sher, Altair, aos professores do Sapiens: Gaiolla, Alisson, Flávio, Anna, Dênis, Chico, Rick, Marcão, Toid, Vini, Oli. Além disso também agradeço a muitas outras pessoas que me impulsionaram, seja na minha vida amorosa, seja colegas de estudo, sejam meus parceiros que vou levar pra vida toda, esse post é pra vocês.
Aprendi nessa vida que nós aprendemos, com cada pessoa que passa nas nossas vidas. Todos nós passamos por experiências ruins, mas mesmo essas experiências servem para crescermos como pessoas de bem, para aprendermos lições e amadurecermos com cada tombo. E são nesses tombos que descobrimos quem são verdadeiros amigos, irmãos, e quem de verdade quer nosso bem. Aos meus amigos, colegas, minha família, e meu amor ♥

Obrigado a todos, e como o início desse blog há 3 anos, desejo que 2012 seja um ótimo ano para todos, que muitas realizações venham para a vida de todos, assim como o ano de 2011 foi para mim. O ano da Ordem, o ano de felicidades e o ano da minha profissão!

Paulo G. Castelani, Acadêmico da UEM de Eng. Química


Um Feliz 2012 e muita paz!


quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Childhood

Relembrando e assomprando fotos velhas de um álbum há tempos trancado tenho a nítida sensação nostálgica que um senhor de 70 anos deve sentir em seu peito ao olhar seus netos correrem pela sala. Recentemente uma campanha do facebook reativou essa parte de meu córtex cerebral. Foi tão nostálgico conversar com Scooby-Doo, com Dragon Ball, Flintstones, Cavaleiros do Zodíaco, dentre tantos outros desenhos que marcaram minha infância. Ao lembrar dos velhos cartuchos assopráveis, dos tazos holográficos que vinham nos 'chips' de sabores que fediam tanto que botar um aberto no fundo da sala de aula na 'hora do recreio' era a melhor pegadinha existente!

Mas o mais incrível e que me dá mais orgulho de tudo isso, foi uma Campanha de nossa Ordem nas Escolas Municipais da cidade. Compramos bolo, refrigerante, sorvete, fizemos algodão-doce e alugamos algumas camas-elásticas para passar periodos com crianças nas escolas. DeMolays unidos, de 13 até 20 anos trabalhando em prol da conservação da educação, do riso, da felicidade mas acima de tudo, da caridade. Cada gargalhada, sorriso tímido, de canto, valeu o cansaço de exaustivos dois dias de trabalho.

Todo jovem em algum ponto de sua vida tende a se deparar com essa época de sua vida e encará-la, e todo jovem deveria levá-la como uma preciosa jóia guardada a sete chaves em seu peito de mármore, como um tesouro a ser guardado pra sempre em sua recôngita memória. Para que, quando cheguemos ao meio dia de nossas vidas, contemplemos um trabalho bem feito.

Infância

Almanaques, Bicicletas, Chambinhos,
ABC, uma vida a nascer.
Desenhos, Esconde-esconde, Figurinhas,
DEF, uma pessoa a viver.
Gibis, Heróis, Iogurtes,
GHI, um bebê a engatinhar.
Jabuticabas, Karaokês, Letronix,
JKL, uma pessoa a caminhar.
Machucados, Nintendos, Orelhão,
MNO, uma criança a colorir.
Pirocópteros, Quindins, Rolimã,
PQR, uma pessoa a sorrir.
Salgadinhos, Toddynhos, Uniformes,
STU, um adolescente a se opor.
Viagens, Windows, Xampu,
VWX, uma pessoa a compor.
Yakult e Zodíaco.

Ao me deparar com o Y e o Z
de início quase morro de desgosto,
mas quando percebo o abecedário da vida,
um largo sorriso se abre em meu rosto!

:)

(CASTELANI, Paulo G., 12 de outubro de 2011)

E para não perder o costume, uma pequena amostra de minha infância:




~Dedicado ao tempo, o derradeiro destino de tudo que respira ou existe.

domingo, 11 de setembro de 2011

Sonho



Espelhos da alma, refletem a felicidade que se encontra em sua mente. Quando se está em paz, tendo sonhos tranquilos, eles servem como uma distração, um televisor de objetivos. Os sonhos também podem ser flashes do nosso passado, de momentos bons passados em lugares, com objetos, com pessoas, ou demonstrando sensações.

Acredito que sonhamos porque nossa alma precisa de uma folga do dia-a-dia, porque ela necessita de uma 'folga' do stress do cotidiano e nós simplesmente caímos no mundo dos sonhos para escapar da realidade vil e cruel de nossos tempos.

Mas às vezes, o sonho nos escapa e nossa mente nos prega peças, atormentando nossos pensamentos com pesadelos. Estes, por sua vez, são reflexos de nossos medos, nossas fobias, ansiedades, remorsos e angústias da vida, escondidas no mais recôndito espaço de nossa vasta rede mental.

É fato que o ser humano utiliza apenas 10% de sua capacidade mental. Os outros noventa estão apenas ativos ao sonhar e só podem ser utilizados com a ajuda de psicólogos e psiquiatras. Assim, de uma forma um tanto quanto reversa ao Ludismo, eu diria, a máquina se rebela contra seu dono, a tal "Revolução das Máquinas" temida nas várias etapas das Revoluções Industriais, onde a criatura se rebela ao criador.

Eu venho tentando entender em minha mente, o objetivo de meus sonhos, sonhos com lugares que passei, sonhos com momentos que tive, sonhos com objetivos que alcancei, sonhos com pessoas das quais tive muitas alegrias e felicidades ao lado. E o mais estranho de tudo isso é que, no sonho, nossas emoções estão em um caldeirão, misturadas, indistintas, e quando abrimos a tampa do mesmo ao abrir nossos olhos terrenos, nós as temos, lado a lado, como um aperto em nosso coração.

Sonhos, são flashes de nossa mente que servem para nos impulsionar e nos atormentar, espelhos de nosso passado e presente que nos dão, cada vez mais, a incerteza do futuro.

Saudações a Dalí!
Paulo G. Castelani 


Acordei com essa música na cabeça:


Bom domingo!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

ABDL



Bom esse post é mais um comunicado.


Estava concorrendo a um concurso do SCODRFB (Supremo Conselho da Ordem DeMolay para a República Federativa do Brasil) com um poema de minha autoria, denominado "Tolerância". Ontem de madrugada vagando pelo site vi o informe dos primeiros membros da ABDL (Academia Brasileira DeMolay de Letras) e adivinha o nome que constava?!?

http://bit.ly/qF0C8n

Só gostaria de agradecer a todos pelo apoio, pela inspiração que a vida me dá mas acima de tudo, pela oportunidade de poder falar sobre algo que amo: a Ordem DeMolay.
Sem mais delongas, o texto:


Tolerância

Ouçam vocês, lá de longe vêm

Meus medos e pavores da vida:

Versos em branco que nada descrevem

Todos juntos em uma folha não lida.


Digo: Oro pelo ser humano.

Viver é um eterno aprendizado,

É observar de perto o engano,

Conviver cada dia com o enganado.


Ignorância corrói a nação

O mal, sempre está a espreitar

Do fraco ele se apodera

Povo forte, não ferirá.


Espero com minhas palavras

Um ideal, a vós inspirar.

Dia após dia, que ele cresça,

Vencer só se pode, se lutar.


Virtudes de nossa Ordem imponente,

Áureas por seu valor transcendente,

Em um coração ardente,

Mente e corpo a batalhar!


Brasão forjado na nobreza,

Heróico, tamanha é sua destreza,

No esplendor de sua beleza,

Peito reluzente de um DeMolay!


Irmãos, situados no Leste,

Sigamos rumo ao nosso Oeste,

Em meio dessa prova em teste,

Frente aos problemas de continuar...


Com Fé façamos valer!

Nossa lição máxima de viver,

Tolerância teremos de ter,

Presente como nossa lei.


E assim desejo,

Unidos num só ideal,

Eternamente em meu plano,


Superaremos, eu almejo,

Esse problema banal,

Defeito do ser humano!


Unindo as palavras em negrito de cada verso e organizando desta maneira, teremos outro poema, complementando o sentido do primeiro:


Ouçam meus versos todos

Digo: viver é conviver

Ignorância, o mal do povo

Espero um dia vencer.

Virtudes áureas em mente

Brasão heróico no peito

Irmãos, sigamos em frente,

Com nossa Tolerância presente,

E unidos eternamente

Superaremos esse defeito.


(Paulo Gustavo Castelani – Cap. Umuarama nº 133 da Ordem DeMolay / PR)


~A todos, meu "muito obrigado" e boa semana! :D

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Déjà vu


A sensação de ter passado pelo mesmo antes. Mesmo frio, mesmo lugar, mesmo sentimento no peito.

Wikipediando: "Essa sensação se dá por conta que uma memória ou uma simples lembrança de algo que aconteceu rapidamente, fique armazenada em sua memória de longo prazo, sem passar pela memória imediata, ou seja, você guardou uma lembrança de algo, que você "não presenciou", ao presenciar novamente você tem a estranha sensação de já ter vivenciado aquele fato."

Podem ser bons ou ruins. Absolutamente, hoje foi bom. O que sinto hoje, é ruim. Não tento esquecer o tempo, o tempo é bom, nós temos que aprender com ele. Não me arrependo de nada que fiz, de nenhum de meus amores, guardo com carinho as lembranças e continuo seguindo em frente, sem abaixar a cabeça quando alguém me sobrepõe um olhar. E assim eu deveria me sentir alegre, vivo, certo? Errado. Eu idealizo demais, me lanço em um futuro distante, onde carros flutuam sobre nuvens, deslizando em um balé pelo céu. A realidade, o ato de "botar os pés no chão", entretanto, é tão complexo, tão diferente de como penso que normalmente meus joelhos se esfacelam toda vez em que o Presente me chama.

Eu sou um ser apaixonado, amo o que faço, amo meus versos, amo ideais, amo virtudes, amo minha vida, amo, amo amo am a...
Mas amor nos dias de hoje -aquele dos contos de fadas, de cavaleiros reluzentes, princesas em perigo, finais felizes- é metaforizado em carne. Nunca fui poeta da carne, nunca almejei o ter posse, o agarrar, o abocanhar, deixo isso aos cães! Sempre idealizei o amor, sempre senti o máximo que esse amor poderia me fornecer, mas Deus, como é difícil amar!

Mudar é preciso, conviver é necessário, mas amar, é obrigatório.

Amor ao próximo, amor aos pais, amor à pátria, amor à vida, amor à virtudes, amor.
Mas quando deixamos de amar, deixamos de crer. E às vezes o problema não é deixar de amar, mas deixar de confiar, de acreditar, de viver. Assim, átomos se dividem, continentes viram ilhas, Galáxias se afastam no vasto infinito do Universo.

Amar: verbo transitivo direto!
Perdoem-me os linguistas e gramáticos, correção:
Amar: verbo intransitivo!

Tudo bem que a sociedade hoje banaliza e parece sempre reafirmar o comportamento brutal do homem. Seres do Paleolítico, desprovidos de qualquer sensibilidade, rústicos, lascando pedras à vontade alheia!
Eu não puxo mulheres pelos cabelos, não rasgo carne crua com os dentes, não caço. E assim, como um homem que tem conciência que sabe (homo sapiens sapiens) eu continuo a AMAR.

~Perdão caros símios, mas doze mil anos nos separam.


quarta-feira, 11 de maio de 2011

Nostalgia

-Deriva Nostálgica-

Ah, os tempos de criança! Pular, correr, morder, puxar, brincar, brincar, brincar!
Como era bom fazer do Sol minha touca de lã, dos dias o meu recreio, da escola meu playground, da vida o meu carrossel! Alguns me falam: "Nostalgia aos 18? Tá crescendo cabelo branco? Já tá com dores nas costas?", de primeira instância rio da situação, mas sim, "Está" e "Estou". Tive essa sensação repentina ao pisar no meu colégio, ao olhar fotos antigas da minha turma, mas a maior sensação que eu já tive foi hoje, ao ver cerca de 6 a 7 moleques espirrando água da piscina pra tentar retirar uma bola lá do meio. Daí me lembro dos tombos de bicicleta, das partidas de futebol que eu passava no gol, em tantos sabores de sorvete que eu experimentei, em tantas paixonites que eu tive quando pequeno, em tantas risadas, cheetos abertos no fundo da sala, lápis apontados até o "toco" e borrachas minúsculas com a intenção de acabá-las. Garrafinhas de sodinha, balas de iogurte ou coca-cola, salgadinhos da cantina, comendo no pátio repleto de mangas caídas e flores ao chão nos dias de outono. De voltar pra casa aos prantos por ter caído e ralado os dois cotovelos! De chamar os amigos pra dar pulos recém-inventados na piscina, ser picado por marimbondos, brincar de lego com os amigos, montando casas, carros, turbinas de avião, espacionaves (provável razão pra eu adorar a arte da Engenharia), de tomar limonada em dias quentes de verão e de chamar os amigos para posar em casa só pra poder dormir tarde com a desculpa de estar jogando videogame! Mas principalmente de ter acordado com vontade de ir pra escola, de passear pela vizinhança só pra passar por esses e tantos outros momentos e aos poucos, descubro minha vida, redescubro meus pensamentos, e mais do que nunca: sou feliz!

Nostalgia

Bola na água: olhinhos atentos
Com três bonés retiram a redonda
Partida retorna, infância no vento.

~Dedicatória aos meus tempos de "moleque".